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Calorosas homenagens a João Carlos Kfouri Quartim de Moraes

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I

Karl Popper (1902-1994), Imre Lakatos (1922-1974) e Thomas Kuhn (1922-1996) formam, por assim dizer, os mais exemplares epistemólogos do mainstream anti-materialista que transpassaram o século XX. Os três cursaram o idealismo filosófico, ora camaleônico ora não, de suas próprias teorias científicas. Tornaram-se reacionários – mesmo o determinístico ex-marxista Lakatos.

O austríaco, notabilizado pelo critério (método) da “demarcação” do que seria científico, através da “prova” de refutação (falseabilidade), sendo todas as outras teses por Popper consideradas “pseudociência”.[1] Issosignifica: só pode ser científico um coerente conjunto de proposições que se enuncia ao menos singularmente designando uma prova empírica (limitada à observação, sem reflexão crítica) que a refuta. Popper considerava o marxismo uma “impostura”.

Matemático e filósofo húngaro, ex-comunista e preso pelo nazismo, discípulo crítico de Popper, Lakatos concluiu que, ao invés, sempre se lida com a concorrência de programas de pesquisa científica; não se trata de que determinada “experiência crucial” refutadora de uma teoria submetida a uma prova empírica, na história concreta das ciências. A metodologia própria (e inovadora) de Lakatos visa detalhar determinada área do real. [2]

Norte-americano e também crítico de Popper, Kuhn propõe o “paradigma” (de matriz platônica), descrevendo duas ciências:  a) a ciência “normal”, e, b) a ciência “heroica” dos tempos de crises, forjadora do novo paradigma. Para Kuhn, a construção do pensamento científico não é hipotético-dedutivo, isto é, não se parte de um problema, situa-o, oferecendo-lhe uma teoria e suas hipóteses. [3]

II

 Mas o que isso tem a ver com o professor Quartim de Moraes? Tem – quase – tudo. Por que Quartim é polo oposto da epistemologia burguesa e relativista, engravidada pelos critérios da ideologia cientificista da era do capitalismo dos monopólios.

Como bem assinalou o professor Sávio Cavalcante (IFCH-Unicamp) – em seu texto no livro recém-lançado em homenagem ao filósofo, cientista político e historiador Quartim -, em 2002, no Departamento de Filosofia da Unicamp, ele instaurara a disciplina “Epistemologia das ciências Sociais”. Por óbvio, a denominação é autoexplicativa: a célebre contenda entre as ciências naturais e humanas concebia uma resposta “avant le lettre”!

É, sim, digno de pesquisas às novas gerações de professores (as), intelectuais e filósofos(as), especialmente, o olhar à perscrutação sistemática de João Quartim aos escaninhos da construção do materialismo antigo e suas filosofias – notadamente as de Epicuro (341 aC.- 270 aC.) e Lucrécio (94 aC. – 50 aC.). Não à toa Quartim põe sempre “na tela” a tese doutoral de Karl Marx “Diferença da filosofia da natureza em Demócrito e Epicuro”.

Epicuro, Lucrécio, Marx, Engels e Darwin sempre confluem para a construção da teia materialista dialética no pensamento do nosso homenageado. O erudito – e lecionador – artigo “O vazio e o encontro no materialismo antigo”, diz, nas passagens à conclusão, que Marx, no mais puro espírito hegeliano,

“(…) mostra que as determinações do átomo originam-se umas das outras pelo movimento constitutivo da negação. Não há materialismo que resista a esta dialética. Mas só este argumento absolutamente idealista é capaz de oferecer uma explicação lógica do clinamen, a saber, a que faz do átomo uma mônada [estrutura necessária do ser], no sentido leibniziano do termo”. [4]

É que o comportamento dialético não consiste apenas em pensar a contradição, mas pensar por contradição (A. V. PINTO, op. cit., p.211).

III

Consistente, aberta e coerente, as pesquisas e os estudos de Quartim de Moraes são um exemplo de um gigantesco esforço para o desenvolvimento da teoria marxista, em vários terrenos. Com uma obra já avantajada e profunda – como demonstra a seguir o professor César Mangolin -, o professor Quartim e sua sabedoria (indiscutível) necessitam ser examinados, debatidos. Estudos para tê-los como referências fundamentais, especialmente para que o irracionalismo do nosso tempo seja compreendido, obstaculizado e derrotado.

NOTAS

[1] Como positivista – interpreta Pavel KOPNIN -, Popper parte da tese de que nenhuma teoria pode considerar-se como autêntica, por numerosos que sejam os fatos em que se apoie; sempre é possível que um novo fato a refute: não há teorias irrefutáveis (“Lógica dialéctica”, P.V. Kopnin, México, 1968, p. 167. Para Alvaro Vieira PINTO, o pensamento de Popper é o de um jogo formal de emendas, sem qualquer caráter de mudança na qualidade do conhecimento, e ademais sem nenhum fundamento e seriedade lógica (“Ciência e existência – problemas filosóficos da pesquisa científica”, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1979, p.203). Segundo W. H. NEWTON-SMITH, em “Popper, ciência e racionalidade” (1997), somos forçados a concluir, em relação ao objetivo que Popper especifica para a ciência, esta não é uma atividade racional dada sua metodologia não-indutivista (em: “Karl Popper: filosofia e problemas”, Anthony O’Hear (org.), São Paulo, Unesp, 1997, p.29). Noutra esfera, Domenico LOSURDO denunciava insistentemente Popper: “(…)  imediatamente após a conclusão da Guerra Fria, nós vemos, por exemplo, o filósofo Carl Popper, que era o filósofo oficial da chamada “Open Society”, que disse abertamente que o ocidente “cometeu o erro de libertar esses povos muito cedo”, que os povos coloniais não estavam maduros o suficiente para serem livres” (aqui: Domenico Losurdo entrevistado por Revista Opera (redsails.org)). 

[2] Lakatos, na crítica ao “fasificacionismo” adjetiva-o de “sofisticado”, “dogmático” e “ingênuo”, este último a incluir diretamente a Popper: “No espelho deformador do falsificacionismo ingênuo, as novas teorias que substituem as velhas teorias refutadas, nascem elas próprias irrefutadas” (“Falsificação e metodologia dos programas de investigação científica”, I. Lakatos, Lisboa, Edições 70, 1978[1968-9], p. 125, nota115).  Integram as ideias centrais do matemático húngaro, o conceito de “núcleo duro” (de postulados) e de “cinto protetor” (de hipóteses auxiliares) que assimilariam “anomalias” das teorias científicas, fazendo-as sustentar-se no transcurso do tempo; isto resulta em que Popper necessita de outro critério de “demarcação”, pelo seu falsificacionismo ingênuo. Simultaneamente, Lakatos defende serem os programas de investigação científica “progressivos e regressivos”, sendo marxismo “regressivo”: ele anda atrás dos acontecimentos; suas predições nunca tiveram êxito; os marxistas não reconhecem seus erros e logo inventam “hipóteses auxiliares” para ajustar as teorias erradas à realidade. Como o reacionário Popper, Lakatos joga no lixo seu suposto rigor metodológico, afundando no pântano da simplificação do empirismo lógico. Ver, contra esse primarismo de Lakatos, especialmente o interessantíssimo “Validez científica del materialismo histórico”, do filósofo peruano Carlos Tovar SAMANEZ, Lima, Asociación Civil Universidad de Ciencias y Humanidades, Fondo Editorial, 2021.

[3] Capaz de estudos marcantes no debate científico [ver: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4103727/mod_resource/content/1/Kuhn-Estrutura-das-revolucoes-cientificas%201989.pdf],e também crítico de Popper, T.Kuhn foi igualmente prolífico em infantilidades, como a de acusar as ciências sociais de “permanecerem no estágio pré-científico” (ver: Marx e a ciência política – Blog da Boitempo). Para uma crítica certeira de sua visão “relativista e descontínua da história da ciência”, ver: “Kuhn e a tentação sociológica”, de Dominique LECOURT (em: “A filosofia das ciências”, São Paulo, Estação liberdade, 2018).

[4] Ver o excelente: “Materialismo e evolucionismo. Epistemologia e história dos conceitos”, Campinas/Unicamp, Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência, João Quartim de Moraes (org), 2007, p.135.

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João Quartim de Moraes[i]

João Caros Kfouri Quartim de Moraes, intelectual brasileiro, comunista, nascido em 23 de junho de 1941. Estudou na Universidade de São Paulo (USP), entre 1959 e 1964, onde se graduou em Ciências Jurídicas e Sociais e em Filosofia. Em 1965, foi contratado como professor de Filosofia Antiga e, no mesmo ano, cursou a especialização em Filosofia Antiga, na antiga Faculté des Lettres et Sciences Humaines (atual Université Paris I – Panthéon-Sorbonne). De volta ao Brasil em 1968, reassumiu a docência no curso de Filosofia da USP; no mesmo ano integrou-se ao combate revolucionário clandestino contra a ditadura militar no Brasil, instalada com o golpe de 1964. Ele foi cofundador e dirigente da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), participando da primeira fase da luta armada contra a ditadura (1968-1969). Perante o Ato Institucional nº5 (13/12/1968), que instaurou o terrorismo de Estado, ele defendeu a necessidade de um ajuste tático, concentrando o trabalho político clandestino nos meios operários e estudantis e reduzindo o ritmo das ações armadas, que não mais estavam articuladas com o ascenso do movimento popular que ocorrera em 1968. Uma manobra que fez prevalecer a tendência militarista afastou-o da organização, levando-o a seguir o caminho do exílio por longos anos (1969-1982).

Prosseguiu sua formação e atuação acadêmica no exílio francês: Troisième Cycle de Science Politique(1971-1973) e Doctorat d’État en Science Politique, (1974-1982) na Fondation Nationale de Science Politique da Academia de Paris, com a tese Les militaires et les régimes politiques au Brésil: 1889 – 1979. Entre 1971 e 1979 foi professor de Filosofia na Université Paris 8 – Vincennes. De volta ao Brasil, em 1982 integrou-se aos quadros da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), como pesquisador e docente da graduação e pós-graduação, coordenação de curso e direção do Instituto de Filosofia e Ciência Humanas – IFCH. Após a aposentadoria, em 2005, continuou vinculado à universidade, como professor colaborador.

No exílio, Quartim foi responsável pela seção latino-americana da revista Afrique-Asie, com a qual continuou a colaborar depois do retorno ao Brasil. Organizou a Revista Debate, importante instrumento de interlocução dos exilados brasileiros das distintas organizações, tendo em vista a reorganização do movimento revolucionário, num amplo debate sobre os problemas teóricos da revolução brasileira, mas também um esforço de crítica e autocrítica da experiência da luta armada. A prática teórica e a prática política aparecem também unidas em livros e artigos do período. Exemplos disso são: a publicação dos artigos Regis Debray and the brazilian Revolution (New Left Review, 1970), La guérrilla urbaine au Brésil (Les Temps Modernes,1970) e La nature de classe de l’État brésilien (publicado em dois volumes de Les Temps Modernes, 1971) e do livro Dictatorship and armed struggle in Brazil (publicado pela New Left Books, na Inglaterra,e pela Monthly Review, nos EUA, respectivamente em 1971 e 1972),que também teve uma edição italiana, em 1972, com o título Brasile: dittatura e resistenza.

            De volta ao Brasil, em 1982, a frente da luta teórica foi a trincheira principal da militância de Quartim: artigos, livros, palestras, debates, colaboração com movimentos populares e partidos políticos. Em 2002 integrou-se no Partido Comunista do Brasil (PCdoB), tornando-se mais adiante membro do seu Comitê Central.

O desmoronamento do bloco socialista do Leste europeu abriu caminho para a ofensiva do neoliberalismo, colocando o movimento comunista internacional em defensiva estratégica. Foram muitos os que desertaram, capitulando perante a ofensiva ideológica do imperialismo estadunidense e de seus satélites, que recorriam a seu quase total monopólio dos grandes meios de comunicação de massa para impor o “pensamento único” neoliberal, que intoxicou os imbecis, os covardes e os oportunistas com os mitos complementares do “fim da história”, da “globalization” etc. Nesse período cinzento e de horizonte baixo, João Quartim participou a fundo da concepção, organização e execução da obra coletiva História do Marxismo no Brasil (publicada em seis volumes), da Revista Crítica Marxista (cujo primeiro número apareceu em 1994) e do Centro de Estudos Marxistas – Cemarx – ligado ao IFCH da Unicamp (fundado em 1996), além do esforço de análise das experiências socialistas e de defesa da obra dos grandes fundadores do materialismo histórico e revolucionário: Marx, Engels e Lênin.

Ele produziu uma obra densa e volumosa, que percorre um amplo leque de temas históricos, políticos e filosóficos. Estudou a filosofia antiga e a tradição materialista, com obras publicadas sobre Aristóteles e sua concepção objetiva do tempo (em contraposição à tendência subjetivista moderna, como aparece em Kant) e sobre Epicuro, particularmente a ética, o atomismo e as noções do vazio, do movimento, do acaso e do encontro, demonstrando, originalmente, que a tese do clinamen, que aparece no poema de Lucrécio, De rerum natura, não corresponde à teoria produzida por Epicuro e, ao mesmo tempo, retirando dessa noção uma contribuição para a compreensão do comportamento dos seres vivos, contrário à noção mecânica e determinista do movimento.

Ao lado da reflexão filosófica sobre a articulação entre as noções do movimento e do encontro, que envolve a relação entre necessidade e acaso, ele estudou Darwin e a teoria da evolução, demonstrando a articulação entre a filosofia materialista e o princípio da evolução no artigo “O vazio e o encontro no materialismo antigo”, incluído em um livro organizado pelo próprio Quartim – Materialismo e evolucionismo: epistemologia e história dos conceitos (2007), resultado de um seminário realizado em 2006 no Centro de Lógica, Epistemologia e História das Ciências – CLE-UNICAMP. Tal articulação, que reúne a filosofia antiga, a teoria da evolução e o materialismo dialético, foi retomada no artigo “A contribuição de Engels à história natural do homem” (2020), publicado num livro que comemora os 200 anos do nascimento de Engels. O artigo não apenas expõe as descobertas de Engels, mas dialoga com autores da atualidade e nos explica temas que Engels não poderia desenvolver com as informações do seu tempo, contribuindo consistente e originalmente para o desenvolvimento do marxismo e da dialética da natureza.

Produziu obras sobre a filosofia política renascentista e moderna, a crítica do humanismo, o pensamento de Maquiavel, Erasmo, o debate envolvendo a Reforma, a Inquisição, o Estado Absolutista etc. Desenvolveu a crítica do liberalismo e da ideia do “valor universal da democracia”, mostrando o caráter mistificador das pretensões universais atribuídas à democracia. Expôs as origens feudais do liberalismo e seu percurso histórico, passando pelos pensadores iluministas, até a articulação com as ditaduras do século XX e com o fascismo.

Estudioso da obra de Marx, Engels e Lênin, suas contribuições ao pensamento marxista aparecem na abordagem de conceitos fundamentais e na própria análise crítica da obra dos fundadores do materialismo histórico. Aborda o debate sobre a continuidade ou ruptura no pensamento de Marx e critica as tendências idealistas de correntes e pensadores do marxismo. A partir do materialismo histórico, trata da dialética, do evolucionismo e dos modos de produção, dos problemas relacionados à ciência e à produção filosófica e utiliza as categorias marxistas para a análise das estruturas e contradições do mundo atual. Analisa os processos e a importância histórica das revoluções socialistas do século XX, em particular a Revolução Russa, de 1917, e aponta, a partir de Lênin, quais são os desafios do movimento comunista e suas possibilidades.

            Sobre o Brasil e a América Latina, analisou a colonização, a contribuição de importantes teóricos nas várias fases históricas, a integração latino-americana e brasileira e suas contradições, o problema da dependência, o imperialismo e o anti-imperialismo.

            Sobre o marxismo e o movimento comunista no Brasil, destacam-se os textos publicados na História do Marxismo no Brasil, diversos artigos e livros, publicados no Brasil e em outros países, analisando a história do movimento comunista e o desenvolvimento do marxismo, as inflexões programáticas, a influência e a interpretação de Marx, Engels, Lênin e Stalin pelos comunistas brasileiros, o impacto das revoluções socialistas na formação do movimento comunista no Brasil. Também foi parceiro na produção teórica e divulgador da obra do italiano Domenico Losurdo, com o qual manteve estreita colaboração.

            Além das obras mencionadas sobre a ditadura militar e a luta contra a ditadura, Quartim também analisou o papel dos militares no Brasil e na América Latina. A mencionada tese de doutorado já dava a amplitude da abordagem sobre o tema, que se desdobrou em farto material, tanto da análise histórica, como A esquerda militar no Brasil (publicado em dois volumes), quanto da análise política do papel dos militares nas formações sociais com as características brasileiras.

            Em 2023, a Fundação Fausto Castilho e o Centro de Memória da Unicamp publicaram um livro em sua homenagem (Estudos e ensaios em homenagem a João Quartim de Moraes): além de uma entrevista e de uma sinopse bibliográfica, o livro reúne doze artigos escritos por importantes intelectuais do Brasil e de outros países, além de amigos e ex-alunos. Um singelo reconhecimento da importância e da grandeza da obra desse imprescindível comunista, que enfrentou décadas plenas de lutas e desafios ao movimento comunista em todo mundo e persiste na luta, sem abandonar seu posto de combate. 

            Na sequência, listamos algumas das obras que contemplam as áreas de atuação mencionadas.

Livros

MORAES, João Quartim de. Dictatorship and armed struggle in Brazil. Londres: New Left Books, 1971 e Nova Iorque: Monthly Review,1972.

______. Brasile: dittatura e resistenza. Milano: Gabriele Mazzota, 1972.

______. Les militaires et les régimes politiques au Brésil de Deodoro à Figueiredo 1889-1979. Thèse de doctorat/Science Politique. Institut d’Études Politiques, Paris. 1982.

______. A esquerda militar no Brasil (vol1). São Paulo: Siciliano, 1991 e Expressão Popular, 2002.

______. A argumentação dialética na definição aristotélica do tempo. Campinas: IFCH, 1992.

______. A esquerda militar no Brasil (vol2). São Paulo: Siciliano, 1994.

______. Epicuro: as luzes da ética. São Paulo: Moderna, 1998.

______. Erasmo e Lutero: teologia e reforma do cristianismo. Primeira Versão, UNICAMP/Campinas, v. n 82, 1999.

______. Liberalismo e ditadura no Cone Sul. Campinas: IFCH-Unicamp, 2001.

______. La lotta antimperialista in America Latina. Nápoles: La Città del Sole, 2002.

______. Máximas principais de Epicuro: introdução e tradução comentada. Campinas: IFCH, 2006.

______. Izquierda militar y tenientismo en Brasil. Buenos Aires: Capital Intelectual, 2010.

______. Epicuro: máximas principais. São Paulo: Loyola, 2010.

______. Epicuro: as Sentenças Vaticanas. São Paulo: Loyola, 2014.

______. Losurdo: presença e permanência (org). São Paulo: Anita Garibaldi, 2020.

______. Imperialismo. São Paulo / Jundiaí: Fibra e Edições Brasil, 2024.

Livros organizados e em coautoria

MORAES, João Quartim de; Huberman, Leo; Sweezy, Paul M.; Dreßen, Wolfgang Focus und Freiraum: Debray, Brasilien, Linke in den Metropolen. Berlim: Klaus Wagenbach, Berlin, 1970

MORAES, João Quartim de; REIS FILHO, Daniel Aarão (Org). História do Marxismo no Brasil – O impacto das Revoluções. Vol.1. São Paulo: Paz e Terra, 1991

MORAES, João Quartim de (Org). História do Marxismo no Brasil – Os influxos teóricos. Vol.2. Campinas: Editora da Unicamp, 1995.

MORAES, João Quartim de (Org). História do Marxismo no Brasil – Teorias. Interpretações. Vol.3. Campinas: Editora da Unicamp, 1998.

MORAES, João Quartim de; DEL ROIO, Marcos (org). História do marxismo no Brasil – Visões do Brasil. Vol.4. Campinas: Unicamp, 2000

MORAES, João Quartim de (org). Materialismo e evolucionismo: epistemologia e história dos conceitos. Campinas: Unicamp/CLE, 2007.

MORAES, João Quartim; AZZARA,S. (Org.); PAUTASSO,D.(org.). Losurdo. Presença e permanência(organização e Estudo Introdutório). São Paulo: Anita Garibaldi, 2020.

MORAES, João Quartim de; SILVA, Ligia Osório. Novo mundo: metamorfoses da colonização. Campinas: Editora da Unicamp, 2023

Artigos e capítulos de livro

MORAES, João Quartim de. Sobre as origens da dialética do trabalho. Teoria e Prática, n. 3, 1967.

______. Régis Debray and the Brazilian Revolution. Londres: New Left Review, v. n 59, p. 61-82, 1970.

______. La nature de classe de l’État bresilien (I). In: Les Temps Modernes, nº 304, Paris: 1971 a, p.651-675.

______. La nature de classe de l’État bresilien (II). In: Les Temps Modernes, nº 305, Paris: 1971 b, p.853-878.

______. A natureza de classe do Estado brasileiro. In: PINHEIRO, Milton (org). Ditadura: o que resta da transição. São Paulo: Boitempo, 2014, p. 61-103.

______. O programa nacional-democrático: fundamentos e permanência. In: DEL ROIO, Marcos; MORAES, João Quartim de (orgs). História do marxismo no Brasil. Vol.4. Campinas: Unicamp, 2000, p. 151-209

______. Continuidade e ruptura no pensamento de Marx: do humanismo racionalista ao materialismo crítico. In: BOITO, Armando et alli (orgs). A obra teórica de Marx: atualidade, problemas e interpretações. São Paulo: Xamã, 2000b, p. 23-40

______. O humanismo e o homo sapiens. Crítica Marxista, São Paulo, Ed. Revan, n.21, 2005, p.28-51.

______. O vazio e o encontro no materialismo antigo. In: MORAES, João Quartin de (org) Materialismo e evolucionismo: epistemologia e história dos conceitos. Campinas: Unicamp/CLE, 2007.

_______A contribuição de Engels à história natural do homem. In: RODRIGUES, Theofilo (org). Engels 200 anos: ensaios de teoria social e política. São Paulo: Anita Garibaldi, 2020, p.99-112.

MORAES, João Quartim de. Origens feudais do liberalismo. Conjectura, Caxias do Sul, v. 23, n. spe3, p. 51-68, 2018.

______. A herança eleata e a ambigüidade do não-ser no materialismo antigo. São Paulo: Hypnos, n.9, p. 16-28, 2004.

______. A objetividade do tempo no aristotelismo. São Paulo: Hypnos, v. 18, p. 15-28, 2007.

______. Um outro olhar sobre Stalin. Crítica Marxista, São Paulo, Ed. Revan, n.18, 2004, p.152-160.

______. A Linha Reta e o Infinito na Refundação Epicureana do Atomismo.. Cadernos de História e Filosofia da Ciência (UNICAMP) , CLE / UNICAMP, v. 14, n.1, p. 7-47, 2004.

______. Os sentidos do tempo em Aristóteles. Kriterion , Belo Horizonte, n.107, p. 148-151, 2003.

______. Contra a canonização da democracia. Crítica Marxista, São Paulo, Boitempo, v.1, n. 12, 2001, p. 9-40.

______. Liberalismo e fascismo, convergências. Crítica Marxista, São Paulo, Xamã, v.1, n.8, 1999, p.11-42.

______. La evolucion de la idea de democracia de Rousseau a Robespierre. Revista de Ciências Sociales, Quilmes, v. 5, 1996.

______. La pluie et le hasard. In: Alain Gigandet. (Org.). Lucrèce et la modernité: le vingtième siècle. Paris: Armand Colin, 2013, p. 97-117.

______. L’aleatorio e la logica del concreto. In: Barberini C. A.. (Org.). Marx e la storia. Con un’antologia di testi. Milão: Unicopli, 2009, v. 1, p. 186-198.

______. A influência do lenismo de Stalin no comunismo brasileiro. In: MORAES, João Quartim de; REIS FILHO, Daniel Aarão (Org). História do Marxismo no Brasil – O impacto das Revoluções. Vol.1. São Paulo: Paz e Terra, 1991, p. 109-160.

______. Sodré, Caio Prado e a luta pela terra. In, CUNHA, Paulo Ribeiro. CABRAL, Fátima (orgs.). Nelson Werneck Sodré: Entre o Sabre e a Pena. São Paulo: Editora UNESP, 2006.

______. La deviazione e l’aleatorio. In: Vittorio Morfino. (Org.). Quaderni Materialisti 5-Spinoza resistenza e conflito. Milão: Ghibli, 2006, v. 5, p. 183-204.

______.VPR: os leninistas e os outros. In: Antonio Carlos Mazzeo; Maria Izabel Lagoa. (Org.). Corações vermelhos. São Paulo: Cortez, 2003, p. 227-238.


[i] Escrito por Cesar Mangolin.

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